Esses dias minha amiga de melhores coisas veio com uma "vamos na Igreja um dia desses, Cá?". Como se não bastasse minha tentativa de certas vezes já ter convidado alguns seres, mas com uma resposta um tanto quanto áspera, dessa vez o convite veio a mim.
Não tenho religião. Mas isso não significa que nada tenha. Para o Orkut, dentro de suas respostas pré-estipuladas, eu "tenho um lado espiritual independente de religiões".
Enfim, chegamos à conclusão da necessidade de uma reza. E esta em especial engloba tanto do tudo que as utopias tecem! O incrível é que não pesa, mas alivia e faz verão por dentro. Resumo de alguém que se despiu de todo o egoísmo que aqui nos amarra, palavras de puro amor:
"Oração de São Francisco de Assis
Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, Fazei que eu procure mais
Consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois, é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive para a vida eterna."
quinta-feira, 30 de agosto de 2007
terça-feira, 28 de agosto de 2007
Ao meu doce aconchego de inverno
domingo, 19 de agosto de 2007
Os 40 botões
Hoje foi dia de feirinha. E como todo bom dia da feira curtibana de domingo, fez sol, Plá, malabares e boas compras no sebo. Deste último bom evento, porém, tiveram algumas modificações formais consideráveis. Comprei R$4,00 em botões. Isso, botões do sebo - R$0,10 cada, independente do tamanho -. Fiquei fascinada com a oferta e tratei de selecionar logo os preferidos antes que a atendente pudesse voltar cortando meu barato - não, na verdade fica por R$1,00 a unidade - ou coisa parecida que fosse. Ela não veio, e meus 40 botões sairam da loja sãos e salvos de qualquer intervenção.
Foi então que eu me dei conta da quantidade de história aconchegada em minha pequena sacola (desculpe, não foi possível recusar a sacolinha dessa vez). Em quantos lugares diferentes já estiveram tais detalhes repassados! Será que algum pertenceu a uma jovem apaixonada por Clarice Lispector? "A hora da estrela", a primeira versão autografada descansa no criado mudo ao lado da antiga boneca, olhos feitos de um delicado botão amarelo claro sustentado por uma última volta de linha. Quando enfim se soltar, o interesse infantil terá se dissipado, e o reparo não se fará necessário.
Aquele quadradinho, de um verde perolado, certamente pertenceu a um homem em torno dos 32 anos, barba feita, cabelo lambido. Quando em passeio ao parque com sua esposa, ergueu-se para pegar uma flor da árvore mais próxima e acabou enroscando seu casaco beje claro, presente de mamãe no último natal, causando a queda do botão. Foi a mulher que o discerniu quando este se misturou ao verde da grama, colocando-o na bolsa com extremo cuidado, um resguardo para a futura arrumação. Ela esqueceu, trocou de bolsa e separou-se do marido.
Fui pensando nisso e cantarolando por debaixo dos escuros óculos que descansavam e também anuviavam a visão. Assim, com o coração cheio de botões, cada um com mil histórias possíveis; canto um tenso mi menor, à espera do próximo dó maior que me trará a respiração tonal, de aconchego, de liberdade, e de até mi menor amar.
Foi então que eu me dei conta da quantidade de história aconchegada em minha pequena sacola (desculpe, não foi possível recusar a sacolinha dessa vez). Em quantos lugares diferentes já estiveram tais detalhes repassados! Será que algum pertenceu a uma jovem apaixonada por Clarice Lispector? "A hora da estrela", a primeira versão autografada descansa no criado mudo ao lado da antiga boneca, olhos feitos de um delicado botão amarelo claro sustentado por uma última volta de linha. Quando enfim se soltar, o interesse infantil terá se dissipado, e o reparo não se fará necessário.
Aquele quadradinho, de um verde perolado, certamente pertenceu a um homem em torno dos 32 anos, barba feita, cabelo lambido. Quando em passeio ao parque com sua esposa, ergueu-se para pegar uma flor da árvore mais próxima e acabou enroscando seu casaco beje claro, presente de mamãe no último natal, causando a queda do botão. Foi a mulher que o discerniu quando este se misturou ao verde da grama, colocando-o na bolsa com extremo cuidado, um resguardo para a futura arrumação. Ela esqueceu, trocou de bolsa e separou-se do marido.
Fui pensando nisso e cantarolando por debaixo dos escuros óculos que descansavam e também anuviavam a visão. Assim, com o coração cheio de botões, cada um com mil histórias possíveis; canto um tenso mi menor, à espera do próximo dó maior que me trará a respiração tonal, de aconchego, de liberdade, e de até mi menor amar.
terça-feira, 14 de agosto de 2007
Assim, assim
Desenho antigo, num tempo em que eu escutava bem mais Mutantes e Secos e Molhados, mas que coincidentemente contém um aspecto parecido com os novos já postados. Quando as linhas suportam a pequena doação monocromática dada à composição.
Hoje eu o entendo muito mais. De toda essa liberdade que ele me traz.
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